quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Construindo personagens

Estou escrevendo uma nova história...
Bem, na verdade eu inventei dois novos personagens pra uma nova história mas não tenho nada em mente ainda além das personalidades, dos nomes e das características físicas deles.
Nem sobrenome eu tenho pra eles ainda.
Vou construindo aos poucos eles e postando no blog e pode ser que eu acabe criando um espaço para eles, um contexto, uma história de fato.
Mas por enquanto não tenho muito em mãos.
Só dois pequenos textos que chamei de Jaden por April e April por Jaden. A propósito esses são seus nomes. Jaden e April.
Em breve postarei mais a respeito, vou fazer um suspense para os grilos que lêem o blog. xD

sábado, 17 de outubro de 2009

O pão.

"O pão que sobra a nobreza, partido pela razão, alimentava os pobres e ainda sobrava pão."



Dedico esse post a Tomé de Jesus Novo. Português, pai, avô e poeta.
Saudades.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Felicidade plena não existe, é um estado de espírito momentâneo, mas devo dizer que meus momentos de felicidade superam os de tristeza. Bola pra frente, sempre. Quem vive em movimento retógrado simplesmente não vive.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Citações e breves devaneios

Talvez não tão breves assim, vai depender da minha capacidade de articular bem o que estou pensando as 2:34...Então não se pode esperar nada coeso, apenas inspirado por esse momento de quase-vigília. A primeira coisa que eu gostaria de citar é Neil Gaiman (vou citar ele o post inteiro, na verdade) porque achei algo muito interessante em Sandman que me lembrou algumas coisas similares que estou estudando no momento.


"Cumpri o meu papel mais do que adequadamente por dez bilhões de anos. Uma moeda de dois lados: destruição é necessária. Nada novo pode existir sem a destruição do velho."

O trecho acima é uma fala do personagem Destruição na HQ Sandman. Na obra de Gaiman, Destruição - assim como seus irmãos, os Perpétuos - é uma figura antropomórfica, uma personificação do arquétipo de "destruição". A proposta da graphic novel já é genial, na minha opinião, mas por trás de toda essa idéia criativa ainda há uma grande...bagagem cultural, eu diria.

Indo direto ao ponto, este trecho me lembrou de Sobre a modernidade de Baudelaire, onde ele aponta a ambiguidade do progresso, que por um lado traz destruição, mas que para ir para frente é preciso destruir o velho para criar o novo a partir de suas ruínas. Ou seja, o ser moderno é viver uma vida de paradoxo e contradição. Pois o progresso traz o desejo de mudança e transformação, para tal é preciso desconstruir e reconstruir e com isso vem o medo e o terror da desorientação, que não anula de forma alguma o desejo de mudança, os dois apenas coexistem.

Outra citação que me veio a cabeça assim que li essa fala de Destruição foi uma de Marx: "(...)Em nossos dias tudo parece estar impregnado do seu contrário." Que aliás, além de Gaiman ilustrar muito bem pra mim uma citação como essa com a fala de Destruição, é também possível perceber semelhanças entre a própria história em torno do personagem, afinal ele deixou seu posto entre os Perpétuos há séculos, desistindo da sua função, e ironicamente passa/ou o resto de sua existência construindo. Uma ironia sutil do autor.

Talvez Gaiman não estivesse pensando em nada disso quando escreveu mas de qualquer jeito registro aqui o como uma obra interessante como Sandman pode trazer a tona questões como essa.

Ah, agora são 3:04. Vou visitar Morpheus no reino do Sonhar.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Penso, logo crio

Quem já não se perguntou ao menos uma vez na vida em que as pessoas ao redor estariam pensando? Momentos ociosos ou multidões inspiram a indagar mentalmente a respeito de pessoas que às vezes sequer conhecemos.

Observamos determinadas ações ou expressões que nos permitem analisar os outros. É como se todos tivéssemos capacidade de ler pensamentos alheios. Ainda que às vezes nem nossos próprios pensamentos nos pareçam claros.

E são esses momentos que proporcionam pequenas impressões de onisciência totalmente inconsciente. Buscamos ver nos outros as preocupações que nos faltam naquele momento de liberdade criativa.

É aí onde todos viram artistas formulando mentalmente suas próprias crônicas sem nem se darem conta. É o momento onde a licença poética passa a ser um direito universal. E as pessoas na rua, aqueles tantos rostos, aparecem como personagens daquele que os observa. Como se suas vidas se limitassem até onde vai o alcance perceptivo de quem os assiste.

Todos têm esse lado intuitivo mesmo nem sempre preciso, todos tem esse autor interior pronto pra produzir histórias como lhe convêm em seu posto de narrador observador.

Somos quem somos e a um só tempo somos aqueles que os outros pensam que somos. E assim não poderia deixar de ser em um mundo antagônico onde a Individualidade dominante divide o trono com a Relatividade e o Pluralismo da perspectiva humana.

Enquanto cogitamos o que poderiam estar pensando os outros, nem desconfiamos que eles vão imaginar o que estamos pensando.

Penso, logo canso.

Descartemos o pensamento então.

Piadinhas nerds a parte

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Breve reflexão

Sei que a proposta inicial desse blog é algo mais tombado a literatura amadora, meu espaço pra me expressar em arte...Mas permitam-me divagar sobre uma questão interessante que minha professora da faculdade trouxe a tona hoje: O modo como a sociedade atual não está aberta a troca de informações e opiniões...
Vamos começar do começo a partir da etimologia da palavra Diálogo e seu significado (tal como minha professora explicou). A palavra diálogo vem do grego. logos – sentido; dia – através de. Ou seja passar um significado adiante através de uma troca. É saber comunicar e ao mesmo tempo saber ouvir para assimilar as mais diversas opiniões e assim derrubar preconceitos e criar conceitos - conceitos esses assumidamente flexiveis, sujeitos a mudança. Porque para haver um diálogo é preciso haver essa flexibilidade, estar aberto a opiniões alheias mesmo sem necessariamente concordar com elas...é preciso ao menos se deixar abrir para conhecê-las. Um diálogo é um exercício onde há um equilíbrio entre o alter e o ego, é saber tirar a partir de opiniões alheias a sua própria, refletindo a respeito sem simplesmente dar qualquer coisa por certa ou verdade absoluta.
Mas na sociedade atual diálogos genuinos são muito raros, dificílimos de achar...que minha professora não se importe com o plágio mas vou repetir a frase que ela disse que em minha opinião reflete bem o momento atual da humanidade: "Diálogos são raros o que presenciamos no dia-a-dia são monólogos em conjunto." Afinal quando as pessoas conversam elas não estão necessariamente esperando que a ouçam e pensem a respeito, querem apenas que concordem...ou seja falam mais para si mesmas do que pra outrem. O que é uma perda muito grande, afinal grandes experiências e sabedorias seriam trocadas se o ser humano praticasse mais o diálogo, aquele de verdade, aquele que você fala e ouve a replica, e mais que só ouvir: pensa a respeito e rebate como bem entender sabendo que a pessoa vai tirar sua própria conclusão a partir de sua reflexão particular e assim aprender ou ensinar...Ou melhor: ambos.

sábado, 8 de agosto de 2009

Era uma vez...

E mais uma vez ela chegou com os fones do mp4 no ouvido, ouvindo num volume tão alto que qualquer um ao redor poderia até mesmo dizer qual era a música - se conhecessem. Ela cantava distraidamente e ia aumentando o tom de voz aos poucos e quando se dava conta já estava cantando perfeitamente alto, atraindo olhares não lá muito satisfeitos para sua direção. Corada, ela desviava o olhar pro chão e voltava a apenas dublar, mexendo os lábios de acordo com a letra da música. Alguma dessas músicas antigas que ninguém mais ouve, provavelmente. Ou então uma daquelas bandas novas que ninguém conhecia. Ela se envaidecia horrores de seu gosto musical, considerava-o impecável. Não havia uma música sequer em sua playlist que ela não gostasse de ouvir mais de uma vez. Ela conhecia as músicas da moda mas enjoava fácil. Ela gostava de procurar músicas pelas letras pra que houvesse uma identificação maior ou então gostava de usar as letras para basear a vida de seus personagens nelas...Ah, sim, a menina era uma contadora de histórias! Amadora, claro. Não era lá muito grande e nunca conseguia terminar nenhuma que começava. Mas se apegava de tal forma aos seus personagens que ela queria deixá-los livres pra ir e vir quando bem entendessem e terminar uma história seria como matá-los todos. Crime literário hediondo! Eram quase como sua versão para amigos imaginários...podia tê-los por perto quando bem entendesse. As garotas normais da idade dela ouviam músicas e lembravam-se de seus namorados, paixões. Mas ela já não entendia muito disso. Músicas românticas a transportavam para uma observação privilegiada dos casais que ela mesma inventava e tinha medo de que quando se apaixonasse de verdade, o garoto não fosse tão interessante quanto aqueles que ela mesma criava. Mas ela estava apaixonada! Talvez ela às vezes se esquecesse ou não fosse levada a sério mas certa vez sonhou com um menino e nunca mais pôde tirá-lo da cabeça! Veja bem, é uma garota com uma imaginação fora do comum, não se pode culpá-la! Ele era tão perfeito e tão dela que ela não se via amando mais ninguém em seu futuro se não o - literalmente - garoto dos seus sonhos. Sonhou com ele umas três vezes, nada mais que isso, mas o suficiente pra marcá-lo na memória pro resto da vida. E o suficiente pra dar a ela a certeza de que o amara e sempre amaria por mais que nem soubesse se ele de fato existia ou se iam se encontrar um dia...
Provavelmente ela vai amadurecer e seus sonhos vão se perder com a idade. Provavelmente ela vai perder o encanto que a difere das demais. Provavelmente ela vai casar com um cara que nunca sonhou e seguir em frente...Mas talvez ele ainda a visite em outros sonhos só pra lembrá-la de quem ela é até que ela volte a fazer o que sempre fez de melhor: sonhar.

Dream on but don't imagine they'll come true

domingo, 31 de maio de 2009

breathtaking

Como descrever a sensação de estar a pouquíssimos metros e sob o mesmo teto da sua banda favorita? São quase 4 anos que eu conheço mcfly, e foi amor ao primeiro acorde, eu diria. Eu absolutamente adorava o como eles misturavam o retrô com o atual, como eu costumava classificar "uma fusão de blink com beatles"...vale salientar que eu falei isso antes mesmo de sequer ter ouvido falar no filme Just My Luck, onde Chris Pine faz a mesma afirmação. Nem tudo era flores, como ninguém conhecia mcfly - constantemente confundidos com promoção do mcdonald's ou algum mc do funk carioca- não dava pra ter a mínima pretensão de esperar um show deles por aqui. Ou pelo menos assim eu pensava. Após uma divulgação intensiva - sempre disse que fãs de mcfly são os mais dedicados- bem aos poucos foi se falando deles na tv brasileira...em revistas, algumas músicas tocando nas rádios, mas foi um processo bem lento e não parecia surtir o efeito desejado. Mas então eles viraram febre, de uma maneira inesperada e repentina, claro, graças a divulgação árdua dos fãs. E a primeira estadia deles no Brasil (no Rio, 10/10/2008) lotou as casas de show e foi sem dúvida, o melhor show da minha vida. Porque foi o primeiro de mcfly que eu fui, na minha cidade natal (não precisei me deslocar), foi com a minha melhor amiga e foi tudo inacreditavelmente lindo. Exceto as idas ao aeroporto que muito me frustraram mas que não vem ao caso. Estou chegando onde quero chegar...ontem, dia 30/05/2009, aconteceu o segundo show deles no Rio, eu fiquei tão perto dessa vez que quase perdi o ar - e não só porque tava um calor humano desgraçado e não tinha nem espaço pra respirar - mas porque meu coração disparou e meus olhos se encheram de lágrima toda santa vez que um dos meninos vinha pro cantinho onde eu estava. Sabe borboletas no estômago, brilho nos olhos, fraqueza nas pernas e tudo aquilo que se sente quando se está apaixonada? Foi basicamente isso que eu senti. Minha paixão por eles se renova a cada vez que os ouço - seja em shows, entrevistas, no rádio ou no meu mp4, onde 80% das músicas são deles. Apesar de tudo isso, e de ter ido com uma grande amiga -que conheço há mais da metade da minha vida - e a amiga dela - uma garota super legal- apesar de todos esses fatores maravilhosos, eu notei um desânimo SURREAL naquela platéia. Não se cantava, não se pulava, só se sabia tirar a roupa e tentar chamar atenção. Desculpa, mas pra mim isso não é curtir um show. Isso me incomodou um pouco porque muitos fãs de verdade não conseguiram comprar o ingresso a tempo e aquelas pessoas aleatórias estavam lá, ocupando o lugar de quem merecia, de fato, estar lá. Mas tentei não me incomodar. McFly sempre faz bem ao meu ânimo, não importa o que aconteça. E eu saí do show com um sorriso de orelha a orelha, invejando totalmente o baixo azul brilhante do poynter, lembrando daquela voz de PATOLINO que ele fazia, e do carisma deles, e de cada música, cada sorriso , cada gesto...
BREATHTAKING

sábado, 30 de maio de 2009

Bastilha

Estava pensando na exata utilidade de um blog e o que me acrescentaria botar no ar mais um entre tantos, mas cheguei a conclusão de que na verdade não me importo. Escrever sempre foi minha terapia e se posso partilhar com mais pessoas o que passo e penso, melhor. Sai mais barato que um analista, afinal. Acho que essa seria a definição mais adequada para um blog: divã virtual. Muito mais do que um diário, de fato. É um diário com funções mais psicanalíticas. Ou talvez eu só esteja viajando porque ainda são 8:30 da manhã e ninguém normal funciona 100% nesse horário, ao menos num sábado.
Sabe, hoje esse meio tempo na kombi entre minha casa e meu curso de inglês me fez pensar, me fez ter uma longa jornada de autoconhecimento (reforma ortográfica me irrita, sinto que desanprendi a escrever) e de análise da sociedade nesses pequenos 20 min. Percebi que a sociedade não está se tornando impessoal, ela sempre foi. As pessoas não acreditam em amizade, não acreditam na vida em sua forma mais plena, acham que viver se limita a existir e prolongar essa existência quando na verdade adiar a morte não faz o mínimo sentido se não se aproveita a vida. E eu sinto que não aproveito. Não por espontânea vontade, o que me faz sentir ainda mais numa clausura insuportável, e talvez ninguém saiba ou tenha percebido ainda, mas eu sou claustrofóbica. Me deixa sair da caixa e viver? Obrigada.

"'cause it's your life and it's no one else's sweetheart
don't let someone put you in a box"