quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Felicidade plena não existe, é um estado de espírito momentâneo, mas devo dizer que meus momentos de felicidade superam os de tristeza. Bola pra frente, sempre. Quem vive em movimento retógrado simplesmente não vive.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Citações e breves devaneios

Talvez não tão breves assim, vai depender da minha capacidade de articular bem o que estou pensando as 2:34...Então não se pode esperar nada coeso, apenas inspirado por esse momento de quase-vigília. A primeira coisa que eu gostaria de citar é Neil Gaiman (vou citar ele o post inteiro, na verdade) porque achei algo muito interessante em Sandman que me lembrou algumas coisas similares que estou estudando no momento.


"Cumpri o meu papel mais do que adequadamente por dez bilhões de anos. Uma moeda de dois lados: destruição é necessária. Nada novo pode existir sem a destruição do velho."

O trecho acima é uma fala do personagem Destruição na HQ Sandman. Na obra de Gaiman, Destruição - assim como seus irmãos, os Perpétuos - é uma figura antropomórfica, uma personificação do arquétipo de "destruição". A proposta da graphic novel já é genial, na minha opinião, mas por trás de toda essa idéia criativa ainda há uma grande...bagagem cultural, eu diria.

Indo direto ao ponto, este trecho me lembrou de Sobre a modernidade de Baudelaire, onde ele aponta a ambiguidade do progresso, que por um lado traz destruição, mas que para ir para frente é preciso destruir o velho para criar o novo a partir de suas ruínas. Ou seja, o ser moderno é viver uma vida de paradoxo e contradição. Pois o progresso traz o desejo de mudança e transformação, para tal é preciso desconstruir e reconstruir e com isso vem o medo e o terror da desorientação, que não anula de forma alguma o desejo de mudança, os dois apenas coexistem.

Outra citação que me veio a cabeça assim que li essa fala de Destruição foi uma de Marx: "(...)Em nossos dias tudo parece estar impregnado do seu contrário." Que aliás, além de Gaiman ilustrar muito bem pra mim uma citação como essa com a fala de Destruição, é também possível perceber semelhanças entre a própria história em torno do personagem, afinal ele deixou seu posto entre os Perpétuos há séculos, desistindo da sua função, e ironicamente passa/ou o resto de sua existência construindo. Uma ironia sutil do autor.

Talvez Gaiman não estivesse pensando em nada disso quando escreveu mas de qualquer jeito registro aqui o como uma obra interessante como Sandman pode trazer a tona questões como essa.

Ah, agora são 3:04. Vou visitar Morpheus no reino do Sonhar.