sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Penso, logo crio

Quem já não se perguntou ao menos uma vez na vida em que as pessoas ao redor estariam pensando? Momentos ociosos ou multidões inspiram a indagar mentalmente a respeito de pessoas que às vezes sequer conhecemos.

Observamos determinadas ações ou expressões que nos permitem analisar os outros. É como se todos tivéssemos capacidade de ler pensamentos alheios. Ainda que às vezes nem nossos próprios pensamentos nos pareçam claros.

E são esses momentos que proporcionam pequenas impressões de onisciência totalmente inconsciente. Buscamos ver nos outros as preocupações que nos faltam naquele momento de liberdade criativa.

É aí onde todos viram artistas formulando mentalmente suas próprias crônicas sem nem se darem conta. É o momento onde a licença poética passa a ser um direito universal. E as pessoas na rua, aqueles tantos rostos, aparecem como personagens daquele que os observa. Como se suas vidas se limitassem até onde vai o alcance perceptivo de quem os assiste.

Todos têm esse lado intuitivo mesmo nem sempre preciso, todos tem esse autor interior pronto pra produzir histórias como lhe convêm em seu posto de narrador observador.

Somos quem somos e a um só tempo somos aqueles que os outros pensam que somos. E assim não poderia deixar de ser em um mundo antagônico onde a Individualidade dominante divide o trono com a Relatividade e o Pluralismo da perspectiva humana.

Enquanto cogitamos o que poderiam estar pensando os outros, nem desconfiamos que eles vão imaginar o que estamos pensando.

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